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Qimonda: crise actual não foi motivo de insolvência

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«Estratégia assumida pela empresa é que não foi a melhor», sustenta fonte

Apesar de ter ajudado, a crise económica e financeira actual não terá sido o motivo da insolvência da empresa de fabricante de semicondutores Qimonda, mas sim a má gestão, soube a Agência Financeira junto de fonte da empresa, que pediu o anonimato.

«Não é o mercado que tem culpa, aliás a situação do mercado está em decadência há dois anos, tal como a descida do preço das memórias. A estratégia assumida pela empresa é que não foi a melhor», revelou fonte à AF.

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De acordo com a mesma, os concorrentes também estão a passar por dificuldades, «mas a Qimonda foi a única a incorrer em insolvência».

Recorde-se que foi em Setembro de 2008 que a Qimonda admitiu estar em dificuldades financeiras; em Outubro iniciou uma reestruturação mundial com reduções de pessoal em todo o mundo, e em Novembro, foi até transferida uma área de negócio de Dresden para a unidade de Vila do Conde.

Em Dezembro e Janeiro, ocorreu o despedimento colectivo de cerca de 1.500 trabalhadores, bem como outros 1.300 com o encerramento da fábrica em Richmond, nos EUA.

Agora, a empresa está em risco de falência, o que será uma realidade a 1 de Abril caso não encontre investidores.

Quanto precisa para ser salva?

A solução para a Qimonda seria uma nova tecnologia cuja patente pertence à empresa e que «revolucionaria o mercado de produção de semicondutores». «É a única forma da empresa se tornar competitiva neste momento», referiu a mesma fonte.

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Mas o problema está precisamente aí. É que para o desenvolvimento desta tecnologia, a Qimonda precisa de financiamento que não tem. São apontados 900 milhões de euros no total. O Governo saxónico comprometeu-se a apoiar com 150 milhões e o estado português com 100 milhões. Ainda a Infineon, detentora de 77% da Qimonda, comprometeu-se em injectar 75 milhões e foi também criada uma linha de crédito de 280 milhões de euros. Tudo somado, ficam ainda a faltar cerca de 300 milhões. Daí, é necessário que o(s) investidore(s) que surjam estejam dispostos a dar pelo menos este montante de forma a tornar a empresa viável.

«Tecnologicamente estamos atrasados face aos concorrentes. Só com o desenvolvimento desta patente de "buried wordline", que permite poupar, ter mais eficiência e reduzir o tamanho da memória, seria possível dar rentabilidade à empresa», explica a mesma fonte.

Esta segunda-feira, o jornal alemão «Sueddeutsche Zeitung», que cita o presidente do conselho de supervisão da casa-mãe, Dietrich Kley, avança que há um investidor chinês interessado.

De referir que a Qimonda pessoas emprega cerca de 12 mil trabalhadores em todo o mundo. A sede (AG) fica em Munique e, além da fábrica em Dresden, a produtora de semicondutores tem também unidades em Vila do Conde, Portugal (1.700 funcionários), na Malásia, China, Taiwan e no Japão (apenas vendas). A unidade dos EUA, já encerrada, empregava a 1.300 pessoas.

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