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Galp é a empresa portuguesa menos transparente

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Deco alerta para baixa nota global das entidades nacionais e critica funcionamento dos conselhos de administração

A Galp está nos últimos lugares em matéria de transparência. A análise às empresas pela Associação de Defesa do Consumidor (Deco) refere que a má nota é geral, mas a petrolífera aparece no 358.º lugar, o pior entre as empresas portuguesas, num total de 363 analisadas.

Numa escala de 0 a 10, a empresa de Ferreira de Oliveira apresenta um saldo final de 2,5, com o tópico da transparência a fixar-se nos 2,2, o do conselho de administração nos 5 e o dos direitos dos accionistas nos 0,7 pontos.

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Segundo o boletim «Proteste Poupança», na lista das piores empresas em matéria de transparência estão também a REN, com uma pontuação final de 3,1, a Sumol+Compal (3,2), a Estoril Sol (3,5) e a Portugal Telecom (3,7).

Mas o saldo sofrível é geral, apesar dos resultados serem melhores do que no ano passado (acima em 0,4 pontos).

Na média de todas as entidades analisadas pela Deco, a classificação foi de 4,9 pontos em 10 e falham sobretudo, no entender da associação, no funcionamento do Conselho de Administração.

«A Galp, REN, EDP e Portugal Telecom, quatro pesos pesados, são penalizadas pela influência do Estado na sua estrutura», justifica a Deco.

Novabase é a melhor

No outro lado da balança, a Novabase é a que apresenta melhor classificação entre as portuguesas: 6,7 pontos numa escala até 10. No entanto, aparece em 67.º lugar entre todas as analisadas.

A transparência da Novabase situa-se nos 6,6, o conselho de administração nos 6,7e os direitos dos accionistas também nos 6,7 pontos. A lista das cinco melhores conta também com a Glintt (6,3 pontos), SAG (6,2), Sonae Indústria (6,1) e Sonae Capital (6).

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A nível internacional, no topo da escala da transparência estão as empresas britânicas (com média de 6,3 pontos), norte-americanas (com 6) e alemãs (5,9). Mas nem a nível global a apreciação da Deco é muito melhor: «Os resultados são melhores do que no ano passado, mas não passam da mediania», diz em comunicado.

Como alterar este cenário

A Deco apela ainda para que as recomendações da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) passem a ter um cariz obrigatório e deixa algumas medidas para melhorar o governo das sociedades e proteger os pequenos investidores.

Entre as medidas a ter em conta está uma mudança mais regular dos auditores e a proibição destes em prestar outros serviços às empresas auditadas.

A Deco defende igualmente a proibição de filiais em paraísos fiscais para eliminar despesas confidenciais e conselhos de administração com maioria de membros independentes.

Além disso, pede-se a remuneração do conselho de administração aprovada em assembleia-geral de accionistas e divulgada individualmente e que os prémios de desempenho da administração e dirigentes sejam baseados em «indicadores sólidos e representativos do valor da empresa em mais do que um ano».

A Deco sugere também que as agências de notação de risco de crédito sejam supervisionadas e responsabilizadas em caso de erro ou negligências graves, além de pedir o fim das golden shares e aos direitos de voto.

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