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E se fosse na Portela?

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«Não há comparação», garante comandante. «Cada aeroporto é um caso único», mas o de Congonhas tem uma pista muito pequena, «mais pequena do que a alternativa da Portela». Lisboa tem ainda «espaço de segurança de 240 metros» após o fim da pista

Apesar de Lisboa e São Paulo terem aeroportos dentro da cidade não pode ser feita uma comparação «entre a Portela e Congonhas». O comandante Cruz Santos, da direcção da Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea, explicou ao PortugalDiário algumas diferenças entre as duas infra-estruturas.

«Cada aeroporto é um caso único», explica Cruz Santos. «Para que se perceba a diferença de ambos os aeroportos, Congonhas é uma infra-estrutura para voos domésticos e a Portela para voos internacionais». Ou seja, à partida o nível de segurança em Lisboa tem de ser mais elevado.

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Outra das grandes diferenças está no tamanho das pistas. «A pista em São Paulo tem cerca de 1900 metros, enquanto a pista alternativa da Portela, a mais pequena, tem 2500 metros», afirma o comandante que acrescenta que a pista principal de Lisboa «tem mais de 3000 metros».

A nível internacional é o ICAO - International Civil Aviation Organization - que ajuda, através de recomendações, a garantir segurança da aviação civil e tanto o Brasil, como Portugal assinaram as convenções. Por isso mesmo, «há sempre um mínimo de segurança garantida» nos aeroportos dos dois países, ressalva o comandante.

O ICAO faz «recomendações» que, no entanto, nem sempre são seguidas pelas empresas responsáveis pelos aeroportos. Cruz Santos refere um exemplo: «Recomendamos que no final das pistas exista, pelo menos, 90 metros para que o avião tenha espaço e tempo» de parar em caso de saída». Nem todos seguem a recomendação, mas na Portela «existem mais de 240 metros de segurança», acrescenta.

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Quanto ao que pode ter provocado o acidente no aeroporto de Congonhas, São Paulo, Cruz Santos opta por não se pronunciar «porque está a decorrer uma investigação», mas considera que todas as condicionantes vão ser analisadas pelos peritos e «o estado do tempo será uma delas».

Destas investigações, mais do que encontrar «um culpado, o maior objectivo é evitar novos acidentes», explica o piloto ao PortugalDiário. Curiosamente, nem sempre os pilotos são ouvidos, «ao contrário do que seria de esperar» já que levantam e aterram os aparelhos.

«A segurança aérea» precisa de um lobby muito forte para vencer o «lobby económico» em nome «da segurança dos passageiros» e não só, defende o comandante. Apesar de nunca ter aterrado como piloto em Congonhas, São Paulo, já o fez «como passageiro» e não temeu pela sua vida. Nem em São Paulo, nem noutra cidade do mundo. «No dia em que isso acontecer deixo a profissão. Ainda somos o meio de transporte mais seguro do mundo», termina.

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