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Carlos Cruz «dava boleias» nos jardins de Belém

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Ex-educador que esteve na casa de Ritto em 82 tem vaga «ideia» das fotos

Esteve na casa do ex-diplomata Jorge Ritto em Março de 1982, mas garante que não passou da porta do prédio. «Foi a minha colega que subiu ao apartamento, com o porteiro», contou esta segunda-feira no tribunal de Monsanto, através de video-conferência, o ex-educador da Casa Pia, Francisco Góis Faria.

Lembra-se do episódio que o levou à casa do ex-embaixador, a alegada fuga de dois casapianos, mas não sabe precisar «pormenores ou circunstâncias». Tem uma «vaga ideia» das fotografias e lembra-se de ouvir o nome de Carlos Cruz, antes da ida a casa de Jorge Ritto, como alguém que frequentava os Jardins de Belém e «dava boleia aos alunos».

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«Falou-se muito em fotos»

Apesar de reconhecer que «o assunto das fotos foi muito falado», como não subiu a casa do ex-embaixador, não sabe se a «sua colega trouxe algumas». Aliás, no início do depoimento afirmou ter «ideia» que sim, que «houve recolha de fotografias» e que «teria passado os olhos por elas» já na Casa Pia.

No entanto, no decorrer das perguntas dos advogados, confessou que «talvez não tenha visto fotos» e talvez «a colega não as tenha trazido», como a própria afirmou em tribunal. Mas não estava em condições «de garantir», porque «de tanto falarem nas fotos» podia pensar que tinha visto «por contágio», justificou.

O nome de Carlos Cruz sempre foi falado»

Mas, uma coisa, o ex-educador garantiu: a primeira vez que ouviu falar no nome de Carlos Cruz não foi quando esteve em Cascais, na casa de Jorge Ritto. No lar onde estava «havia um grave problema que indignava todos os educadores e colegas», recordou. Os jovens não entravam a horas nos lares «porque fugiam para os Jardins de Belém» onde «carros muito bons os iam buscar para passear».

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É aí que se cruza com o nome do ex-apresentador de televisão. «Antes deste episódio do embaixador», reconhece. Alguns alunos referiam o seu nome como «uma das pessoas que lhes dava boleia» e, em conversas com colegas e educadores, o facto era «comentado».

«Tentámos resolver o problema falando com os jovens», mas nunca foram às autoridades por falta de «provas concretas». Após a ida a casa de Ritto, confessa que teve esperança «que tudo fosse pelo bom caminho».

Escândalo não o «apanhou de surpresa»

Francisco Faria reconheceu mesmo que «não foi apanhado de surpresa» quando rebentou o escândalo há cinco anos. «Achei foi estranho ter rebentado tão tarde, tanto tempo depois daquele episódio».

No decorrer da sessão desta segunda-feira, Ricardo Sá Fernandes, insistiu para a testemunha identificar os jovens que tinham referido o nome de Carlos Cruz, mas o ex-educador indicou «dois irmãos» de quem não se «lembrava do nome» e disse «achar», que um deles, era o jovem que lhe tinha indicado o caminho para a casa de Ritto.

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A defesa do ex-apresentador requereu então a audição do ex-aluno que acompanhou os educadores em 1982.

Perícias feitas

A segundas perícias a oito vítimas do processo, autorizadas pelo colectivo de juízes, já foram feitas, mas segundo o Instituto de Medicina Legal (IML) informou o tribunal, o relatório final só deverá estar pronto em Março.

A magistrada Ana Peres, que preside ao colectivo, terá já apelado ao Conselho Superior de Magistratura para interceder junto do IML por uma maior «celeridade» no relatório.

Estes novos exames visam determinar «a capacidade de depoimento» dos ex-alunos da instituição e, cada um, regressou mais cinco vezes ao IML para realizar estas perícias.

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