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Casa Pia: «Mais de 20 políticos»

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João Pedroso revelou em tribunal ter ouvido nomes de «mais de 20 políticos

O advogado João Pedroso, irmão do ex-deputado socialista Paulo Pedroso, esteve esta segunda-feira no tribunal de Monsanto, onde foi ouvido como testemunha. Durante o depoimento, referiu uma conversa com a ex-provedora de Casa Pia de Lisboa, Catalina Pestana, onde lhe foram referidos nomes de «mais de 20 políticos». Aliás, o causídico acrescentou, com alguma ironia, que apenas não ouviu nomes «do Bloco de Esquerda». Mas além da política, também lhe referiram «nomes do futebol e do mundo do espectáculo».

João Pedroso recordou «a conversa cordial» de «quatro a cinco horas», em casa da ex-provedora da instituição, após a detenção do seu irmão. Durante esse encontro Catalina Pestana disse-lhe acreditar que «o seu irmão - Paulo Pedroso - estava envolvido» porque um dos jovens «tinha identificado uma marca no seu corpo, uma mancha nas nádegas».

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«Catalina pintava a manta»

Além de lhe ter relatado alguns factos que soube através dos alunos e ex-alunos da Casa Pia, que a então provedora nunca identificou pelo nome, João Pedroso defendeu que «Catalina Pestana pintava a manta afirmando que meio mundo político ia ser preso». «O que não veio a acontecer. Nem sequer foram constituídos arguidos», acrescentou.

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Alegadamente, os nomes referidos «frequentavam festas e orgias», em casas identificadas no processo, e «eram maioritariamente do PS/PSD, com alguns ministros e ex-ministros à época». Segundo o advogado, nem algumas das mais altas instâncias do país escaparam a ter o nome «na lista».

«Discurso contraditório»

Apesar de Catalina Pestana assumir, na conversa que tiveram, que acreditava nos jovens que tinha ouvido, João Pedroso diz que o seu discurso «era algo contraditório» porque admitia «que por algumas notas» os adolescentes «diriam ¿o que fosse¿». Mesmo assim, reconhece que a ex-provedora deixou claro que «ficaria ao lado das vítimas».

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Quanto à nomeação de Catalina Pestana para provedora, João Pedroso afirmou que «ela se ofereceu para o lugar» até porque «era um sonho que tinha». Segundo o advogado, a ex-provedora «recolheu os apoios políticos necessários, incluindo os do PS, e foi oferecer-se para o lugar». João Pedroso acrescentou ainda que concordou com «o princípio que não deviam ser pessoas, que estavam na instituição, a assumir o lugar» após o escândalo.

Bagão Félix desmentiu João Pedroso. Leia aqui.

«Sistema de informação e contra-informação»

João Pedroso afirmou ainda que «a investigação», Polícia Judiciária e Ministério Público, fizeram passar para a comunicação social «informações falsas ou parcialmente falsas» garantindo, em seguida, que «tem provas» dessas «acusações». «Alguns dados do processo eram enviados por e-mail aos jornalistas», acrescentou.

Quanto ao processo, o advogado diz «ser necessária» uma contra investigação perante «as ilegalidades cometidas pelo Ministério Público» em todo o inquérito.

Já no final da audição de João Pedroso, Miguel Matias, representante das vítimas levantou a questão da «legalidade do seu depoimento». Lembrou que este «além de irmão de Paulo Pedroso foi, e ainda é, advogado em processos paralelos ao principal, contra as vítimas».

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