BE: «Portugal não pode pagar a ajuda externa» - TVI

BE: «Portugal não pode pagar a ajuda externa»

Louçã apresenta como alternativa um pedido de empréstimo intercalar através da CGD

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O líder do BE, Francisco Louçã, afirmou em entrevista à TVI que «Portugal não pode pagar a ajuda externa».

«Não há nada nesta pretensa ajuda que sirva para ajudar a nossa economia ou para ajudar o emprego», afirma Louçã, considerando que «se agora o empréstimo for a 5 por cento, com condições para apoiar os credores, mas não para salvar a economia, é evidente que Portugal não pode pagar».

«A União Europeia, que diz que nos ajuda, está a pedir dinheiro a 2 por cento e vai emprestar-nos a 5. Estão a assaltar-nos e a prejudicar a economia portuguesa», diz Louçã.

O líder do BE apresenta uma alternativa à ajuda externa. «No dia 15 de Junho o Estado português devia recorrer a um apoio de emergência, de liquidez, de curto prazo, por via da Caixa Geral de Depósitos, junto do Banco Central Europeu, exactamente como os outros bancos fazem. Para pagar a conta dos 4800 milhões de euros em 15 de Junho».

«Isto é legal e é assim que deve ser», afirma Louçã. «O BCE tem continuado a emprestar aos bancos privados e, segundo os estatutos, pode emprestar aos bancos públicos», garante.

«Os negociadores [da ajuda externa] têm um mandato definido pelo PEC 4, ou seja, baixar os salários, baixar as pensões, facilitar os despedimentos, aumentar os impostos. E o BE votou conscientemente contra esta medida», disse ainda para justificar a sua discordância em relação à ajuda externa.

Louçã explica que o BE não quis reunir-se com a troika por «respeito com os portugueses» e rejeita que, a troika determine, em parte as condições em que o país vai ser governado nos próximos três anos. «Quem vai determinar são as eleições».

O líder do BE diz depois que «não há nenhum empréstimo a ser discutido com os partidos. Os partidos não apresentam soluções nenhumas ao FMI. As condições de empréstimo são negociadas com o Governo porque há um Estado que representa Portugal. Isto não é o Faroeste».

Questionado se o BE não perdeu uma oportunidade de fazer valer os seus pontos de vistas e do seu eleitorado junto da troika, Louçã afirma que «isso seria admitir que o BE ia fazer uma negociação com o FMI, e o CDS outra, e o PSD outra, e o Governo outra». «Isso seria uma balbúrdia, uma barafunda que não tem nenhum sentido. Era uma brincadeira».

Para Louçã «não há ajuda nenhuma e não há negociação nenhuma». «O FMI impõe as suas condições e a Comissão Europeia acompanha».

O líder do BE diz que tanto Sócrates como Passos Coelho concordam com esta política e que «agora querem dar um cheque de 10 biliões de euros, do que vai ser emprestado, directamente ao sistema financeiro, ou seja, cinco BPN».
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