Marsans alvo de acção de insolvência

O presidente da Agências de Viagens e Turismo (APAVT) disse esta sexta-feira que «entrou uma acção para a insolvência da Marsans», que foi pedida pelo operador Entremares.

Marsans: director garantiu que lojas não iam fechar

A empresa deixou em terra dezenas de pessoas que compraram pacotes de viagens à rede Marsans, deste o início deste mês, quando encerrou 30 lojas sem emitir voucher e sem pagar aos operadores.

Na quarta-feira, a Comissão Arbitral das Agências de Viagens analisou os pedidos de accionamento da caução da Marsans, tendo concluído que já estão em condições de ser apreciados 37 processos de reclamação, lembra a agência Lusa.

O director do grupo espanhol tinha garantido que nenhuma das 30 lojas da Marsans Lusitânia ia fechar e mostrou-se disponível para que o Governo, ou qualquer outra entidade, tutelasse a situação da empresa. Quase duas semanas depois, a declaração de insolvência é oficial.

Operadores: prejuízos podem chegar aos 4 milhões

Mas agora que parece não haver saída, sabe-se também que os prejuízos dos operadores que forneceram viagens à Marsans podem chegar aos 4 milhões de euros. Os números foram revelados pela APAVT que promete «usar todos os mecanismos legais» para impedir que sejam estes a pagar aos clientes lesados pela empresa espanhola.

O presidente desta associação, João Passos, criticou a decisão da comissão arbitral que decidiu accionar as cauções dos operadores de viagens comercializadas pela Marsans, sublinhando que a agência espanhola «recebeu dinheiro de clientes para a realização de viagens que efectivamente não foram por si pagas aos operadores».

Ou seja, «quer isto dizer que se pretende que os operadores paguem por aquilo que não venderam, nem deram autorização para confirmar vendido, sem terem recebido o preço».