Bancos investem pouco e receiam Internet - TVI

Bancos investem pouco e receiam Internet

  • Rui Pedro Vieira
  • 27 set 2007, 12:36
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As instituições financeiras ibéricas ainda investem pouco e receiam a Internet.

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Esta é a conclusão do especialista do sector e ex-CEO do banco espanhol Bancaja, Fernando García Checa, que considera que «a Internet ainda é entendida pelos bancos como um meio complementar e não verdadeiramente alternativo aos serviços tradicionais».

«Tal como em Portugal, em Espanha há pouca penetração da Internet a nível bancário. Até ao momento, ainda não houve um banco que tenha conseguido vencer ao apostar exclusivamente na Internet», disse García Checa no encontro «Financial Services Guidelines for 2008», promovido pela Deloitte, que decorreu esta quinta-feira em Lisboa.

Contudo, no contexto espanhol, a banca tradicional «está a deixar de ser completamente impenetrável e começa a aceitar» novos projectos assentes na Internet. Como exemplo recente de uma instituição financeira que está a dar os primeiros passos com relativo sucesso, García Checa sublinha o caso do ING Direct, instituição que opera exclusivamente on-line. «Não tem sucursais, não tem capital humano. Tem produtos claros e simples e está a investir forte em publicidade», explicou o ex-director do Bancaja.

«Ainda há um medo insuperável em torno da possível contaminação que as novas tecnologias possam ter ao nível da banca tradicional», acrescentou.

Além deste factor, Fernando García Checa considera que a banca espanhola apresenta outros pontos débeis: falta de desenho e simplificação dos produtos bancários, pouca aposta em marketing e desorientação ao nível da banca pessoal.

«Uma pessoa que tenha mil euros e o queira investir no banco, se for a instituições diferentes vai obter respostas e soluções diferentes. Porém, o mesmo acontece se for a duas sucursais de um mesmo banco», sintetizou o responsável.

Factor preço não é decisivo na escolha de banco

Ao traçar um retrato sobre o mercado financeiro espanhol, Fernando García Checa concluiu que, na hora de escolher um banco, um cliente não tem em conta o preço dos produtos ou a marca da instituição como factores determinantes.

«O mercado de créditos hipotecários tornou-se o produto-base da expansão de entidades locais fora do seu território tradicional», referiu.

Entre 1990 e 2006, o sistema financeiro espanhol multiplicou-se 2,8 vezes. Contudo, os níveis de concentração no país são abaixo de outros países europeus: os dois maiores bancos representam apenas 21 por cento do mercado total.

«Está provado que um maior nível de concentração não significa ter um maior poder de mercado», disse o especialista.
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