Sassetti era «um amigo e um músico maravilhoso» - TVI

Sassetti era «um amigo e um músico maravilhoso»

Mário Laginha lamenta a morte do pianista. Leia outras reações à morte de Bernardo Sassetti

O pianista e compositor Mário Laginha lamentou a perda de Bernardo Sassetti, considerando a morte do pianista e compositor seu amigo «uma coisa estúpida».

«Encaro com perda com estupefação», disse Mário Laginha, sublinhando que Bernardo Sassetti era «um enorme amigo e um músico maravilhoso».

Visivelmente emocionado e sem conter as lágrimas, Mário Laginha sublinhou que, além dos trabalhos que fizeram em conjunto, ambos continuavam a ter projetos em comum.

«É uma coisa estúpida de todo», concluiu Mário Laginha em declarações à Lusa.

O corpo de Bernardo Sassetti foi encontrado quinta-feira pela Polícia Marítima na zona do Abano, no Guincho .

«O Bernardo era um iluminado»

«O Bernardo era uma personalidade, um iluminado, com grande energia, muito acima das coisas materiais», disse Pedro Costa, da Clean Feed, acrescentando: «Com ele nunca falei de dinheiro».

«Foi a pessoa mais generosa que eu conheci», acrescentou emocionado o editor discográfico ouvido pela Lusa.

«O Bernardo [Sassetti] trouxe uma lufada de ar fresco porque ele era o que tocava, e ficava admirado quando as pessoas lhe diziam que a sua música era triste porque era tão bela, quando era de uma grande alegria e iluminada».

O editor referiu a paixão de Sassetti pela fotografia, tendo sido autor das capas de todos os seus álbuns editados pela Clean Feed.

Em março do 2010, Bernardo Sassetti, quando tocou o seu trio no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, para apresentar o álbum «Motion», exibiu várias curtas-metragens criadas por si.

Na altura, explicou à Lusa que eram «filmes, alguns feitos através de fotografia». Tendo referido o seu interesse em explorar a fotografia como «uma outra arte a descobrir».

Bernardo sassetti tinha «um talento ímpar»

O compositor Luís Tinoco considerou hoje o pianista e compositor Bernardo Sassetti «um talento musical absolutamente ímpar», em Portugal.

«Hoje, para mim, é um dia profundamente triste, não só por perder uma pessoa extraordinária e um querido amigo de quem eu muito gostava, mas também por ser um génio, uma pessoa com um talento musical absolutamente ímpar no nosso país. Era uma grande pessoa e um músico absolutamente maravilhoso e inigualável», frisou Luís Tinoco, em declarações à Lusa.

Sérgio Godinho recorda o «entusiasmo infantil»

Sobre o pianista, que convidou para participar no álbum «Mútuo Consentimento», editado no final do ano passado, Sérgio Godinho recordou «um entusiasmo infantil, infantil no sentido mais nobre da ingenuidade, de pureza», na forma como encarava a música.

«Tínhamos uma grande admiração musical e era uma pessoa que, em termos humanos, era absolutamente cativante. É tão triste que uma pessoa com aquela energia de viver morra», disse à Lusa.

Um dos primeiros músicos com quem o pianista Bernardo Sassetti trabalhou, no começo da carreira, foi o saxofonista Carlos Martins, que o descreveu hoje à Lusa como um intérprete «que parecia que tinha vindo de outro planeta».

Para Marco Martins, Bernardo Sassetti era «o maior compositor português de música contemporânea», classificando a morte deste como «uma perda irreparável». Bernardo Sassetti compôs a música do filme «Alice», de Marco Martins.

O coreógrafo Rui Lopes Graça destacou a «rara genialidade artística, a capacidade de diálogo e a generosidade» do compositor e intérprete.

Rui Lopes Graça foi um dos nove coreógrafos que trabalharam com Bernardo Sassetti na conceção do bailado «Uma coisa em forma de assim», criado no ano passado, a convite da Companhia Nacional de Bailado para assinalar o Dia Mundial da Dança.

O percussionista Pedro Carneiro disse que Sassetti «era um músico fantástico e [a sua morte] é absolutamente surreal», disse à agência Lusa.
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