Algumas dezenas de trabalhadoras da empresa têxtil Califa, que fabrica camisas, receberam, esta terça-feira, apoio de Jerónimo de Sousa, líder do PCP e candidato da CDU
às eleições legislativas. Jerónimo ouviu-lhes as queixas e indignou-se com o facto de uma empresa «com encomendas» e com «qualidade do produto» estar com um processo de insolvência em curso. O candidato elogiou ainda a capacidade de luta das trabalhadoras.
«São mulheres que, de há cinco anos a esta parte, têm tido uma coragem e uma ligação muito forte na defesa dos seus direitos, dos seus salários e na defesa da própria empresa. Seria um crime que esta unidade de produção encerrasse», disse Jerónimo de Sousa aos jornalistas, no final de um encontro com as trabalhadoras, à porta da empresa.
O secretário-geral do PCP criticou também a actuação do Estado, em relação a esta empresa. «A Fazenda Pública deu prioridade aos créditos, em desfavor das trabalhadoras. Entregou-a à Finibanco, uma empresa de capital de risco», acusou.
«Veio dar-nos muita força!»
Jerónimo de Sousa solidarizou-se com as mulheres que têm os postos de trabalho ameaçados, apesar de muitos anos de dedicação à empresa. «Muitas delas são novas demais para a reforma e velhas demais para arranjarem outro emprego. É gente que fica sem alternativa», disse.
As trabalhadoras agradeceram o apoio. «Veio dar-nos muita força!», disse Custódia Pinto de Sousa.
Teresa Marques, outra trabalhadora, garante que «trabalho não falta, faltam é os salários». A Califa tem actualmente cerca de 200 trabalhadoras, que não receberam o subsídio de férias, nem o salário do mês de Agosto. «E Setembro também já está a acabar», lembrou uma trabalhadora.
«Rimos sem vontade¿», disse uma trabalhadora que abraçou Jerónimo. O líder do PCP consolou como pôde: «se estivermos sempre tristes, isto não resulta».
«Faltam é os nossos salários!»
- tvi24
- Manuela Micael
- 22 set 2009, 16:20
Jerónimo de Sousa ouviu queixas das trabalhadoras da Califa, em São João da Madeira
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