Sócrates demitiu-se. Veja aqui as reacções - TVI

Sócrates demitiu-se. Veja aqui as reacções

Sócrates apresenta demissão

O antigo ministro das Finanças Bagão Félix diz que a decisão do primeiro-ministro veio no momento «menos inoportuno»

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Bagão Félix

O ex-ministro das Finanças, Bagão Félix, considera o pedido de demissão do primeiro-ministro «natural» e acaba por surgir no momento «menos inoportuno». «Pensando eu que este ano mais tarde ou mais cedo uma crise deste tipo se iria suceder, eu acho que é preferível que seja agora, do que se fosse na altura do orçamento. A ter que ser, neste momento, apesar de tudo, eu diria que é o momento menos inoportuno para tentar resolver através de consulta eleitoral», considera.

O ex-ministro refere ainda que, «de algum modo», José Sócrates obtém aquilo que pretendia, a demissão no momento em que pode ser impossível provar que a necessidade de ajuda externa não resulta da decisão.

No entanto, Bagão Félix reafirma que «a ajuda externa é inevitável» mesmo que não existisse esta crise e considera que apesar da solução ideal passar sempre por um Governo em plenas funções, desta crise pode sair uma Governo mais estável.

Mira Amaral

O economista e antigo ministro do PSD Mira Amaral desvalorizou o cenário traçado por José Sócrates ao anunciar a demissão, referindo que no Conselho Europeu de quinta-feira «nada será decidido sobre Portugal». «Não me parece que haja o drama que o primeiro-ministro referiu. No Conselho Europeu não vai ser nada decidido sobre Portugal, o tal Fundo de Estabilização que vai ser flexibilizado nem sequer vai ser decidido amanhã [quinta-feira] no Conselho», disse Luís Mira Amaral, antigo ministro da Indústria de um Governo social-democrata.

Mira Amaral reiterou que a crise política que levou ao pedido de demissão de José Sócrates foi causada pelo próprio. «O primeiro-ministro provocou esta crise política. É uma pessoa com muita experiência política e sabia que não tinha maioria absoluta e estava a negociar em Bruxelas um PEC 4 sem informar o Presidente ou os partidos da oposição», disse o economista.

Medina Carreira

O antigo ministro das Finanças, Medina Carreira, afirmou que o país caminhou «às cegas para o abismo», com um Governo que «caiu na asneira de perder toda a credibilidade» ao apresentar medidas de austeridade «de três em três meses».

Para o economista, «o problema é que o Governo se foi desacreditando com estes ziguezagues. Trata-se de um problema de confiança política num Governo que caiu na asneira de perder toda a credibilidade e isso só era razão para cair numa situação destas».

De acordo com Medina Carreira, «a grande raiz do que se está a passar é um problema de fundo» para o qual Portugal não estava preparado, tendo caminhado «às cegas para o abismo» há mais de 20 anos.

António Capucho

O conselheiro de Estado António Capucho defendeu que a solução para o pedido de demissão anunciado pelo primeiro-ministro é a convocação de eleições, considerando que «o mal menor para a crise passa pelo afastamento» de José Sócrates.

Em declarações à Agência Lusa, o social-democrata António Capucho disse ter visto o pedido de demissão anunciado por José Sócrates do cargo de primeiro-ministro como «natural».

«Era para mim por demais evidente que o primeiro-ministro só tinha um objectivo que era ir-se embora antes que o barco afundasse e na iminência anunciada de uma intervenção das instituições, designadamente do FMI, sair de cena e responsabilizar a oposição por esta situação, quando de facto o único responsável era ele», condenou.

Para António Capucho «a solução para o problema é a normal em democracia que é convocar-se eleições, devolver-se a palavra aos portugueses para escolherem um novo rumo para o país».

Almeida Santos



O chumbo PEC «é trágico para o país pela razão simples que este PEC se destinava a evitar que Portugal tivesse que pedir apoio externo» e que o país estava em vias de o conseguir, diz o presidente do PS.

«Agora provavelmente teremos que pedir. Esta crise ameaça ser mais grave que qualquer uma das anteriores, pelo menos posteriores ao 25 de Abril».

[Actualizada às 9h15, dia 24 de Março]
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