«Em Portugal não me sinto sozinho»

O coordenador do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, insistiu, esta segunda-feira à noite, na renegociação da dívida pública portuguesa e numa auditoria à mesma. Depois do visionamento do documentário «Debtocracia», sobre a situação económica e social da Grécia depois do plano de intervenção da União Europeia e do FMI, Louçã garantiu não estar sozinho nessas intenções.

«Em Portugal, não me sinto sozinho. Há muita gente importante da opinião pública que partilha da minha opinião», disse aos jornalistas.

Louçã considera que «ficou muito claro, nas últimas semanas, que a dívida é o grande problema do país». «A economia portuguesa está a ser devastada e vai ser devastada nos próximos três anos», afirma, insistindo que é urgente uma auditoria à dívida e um fundo de resgate da dívida pública, conforme consta do programa eleitoral do Bloco de Esquerda.

Francisco Louçã voltou a criticar o programa assinado com a troika e tem a impressão que já não é o único. «Hoje, o que é difícil é encontrar alguém que nos diga que defende o programa da troika com o qual se comprometeram os três partidos: PS, PSD e CDS. Nem à lupa, encontramos alguém que nos diga "este é o meu programa. Este é o programa que defende"», diz.

«Nunca como hoje a Grécia esteve tão perto da bancarrota. Talvez por isso possamos perceber que o caminho que Portugal pode seguir, se seguir na mesma direcção, é a certeza da economia da bancarrota», deixa o alerta.