PSD: uma arruada quente demais - TVI

PSD: uma arruada quente demais

«Mar de gente» em Braga transformou-se num tsunami, levando tudo à frente, numa acção de campanha cheia de incidentes

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Não foi só a temperatura que os termómetros registaram em Braga que fez da arruada do PSD, «uma arruada quente demais». O calor humano das centenas de pessoas que esperaram Passos Coelho no centro da cidade dos arcebispos e uma organização que não fez o trabalho de casa deram origem a uma arruada animada, mas também muito confusa, cheia de percalços e que, só por sorte, não correu muito mal.

Com o trânsito ainda a (tentar) circular, cerca de mil pessoas esperavam, de ambos os lados da rua, a chegada do líder do PSD. Mal Passos Coelho saiu do carro, foi engolido pela multidão e nem a bolha de que os seguranças e a jota criam à volta do candidato conseguia assegurar condições de segurança. A turba de apoiantes ia empurrando de todos os lados, levando a que a arruada tivesse vontade próprio. Era preciso subir atravessar a rua, subir passeios, evitar obstáculos e tudo sem que ninguém tivesse controlo sobre os seus próprios movimentos.

«Isto também é muito difícil para mim», confessou Passos Coelho. A comitiva seguiu depois (péssima ideia) para uma feira romana que estava a decorrer numa das ruas do centro da cidade. Famílias com crianças iam tentando evitar a confusão e os apertos e empurrões dos muitos que surgiam de todos os lados para «dar um beijinho» ou desejar «boa sorte».

«Isto é um mar de gente», diz alguém a Passos Coelho. Mas o mar transformou-se em tsunami. Um grupo de cerca de dez crianças, com cinco anos, numa roda, vestidos de romanos, iam tocando tambor, até que, alguém indica ao candidato que deve virar para aquele lado. Toda a gente vai atrás e por pouco as crianças não foram atropeladas por uma multidão sem controlo. Furiosos, os pais tentaram retirar os filhos do meio da confusão. As crianças, sem perceber o que se passava, estavam assustadas e, pelo menos uma, a chorar. O líder do PSD, apercebendo-se da situação, pede desculpa aos pais e afasta-se, mas não o suficiente. Subindo a um palco ali instalado para falar aos apoiantes. Mas as crianças continuavam rodeadas pela arruada.

«Esta actividade já estava marcada. Se vocês não sabiam, deviam saber. Informem-se dos sítios para onde vão», disse uma responsável pela actividade ao staff da campanha, que se desdobrava em desculpas.

A comitiva seguiu depois caminho, com o candidato, os jornalistas, os seguranças e todos os apoiantes a suar em bica. «Está muito calor», lamentava Passos Coelho, já com a camisa ensopada em suor. «Peço desculpa. Está muita gente», ia dizendo a todos os que o cumprimentavam, com a noção de que a situação se tinha descontrolado.

Quando estavam mesmo a chegar ao carro, e a dar por terminada a arruada mais atribulada desta campanha, a comitiva do PSD cruza-se com a do PS, que estava a chegar à praça para um comício marcado para as 18 horas, ou seja, daí a cerca de 20 minutos. Houve troca de insultos, empurrões, e só a presença da polícia conseguiu impedir que a situação fosse pior. Já com Passos Coelho dentro do carro, outro incidente. Com tantos empurrões de toda a gente que se queria despedir, um homem cai na rua e por pouco não foi atropelado por um carro da comitiva.

Quando finalmente o candidato saiu do local terá certamente respirado de alívio, assim como todos os que tentaram trabalhar no meio da confusão.
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