Substituição de contadores vai aumentar luz em 90 cêntimos - TVI

Substituição de contadores vai aumentar luz em 90 cêntimos

Contadores

Consumidores pagam mais de mil milhões em 20 anos

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A substituição dos actuais contadores de electricidade por novos sistemas digitais de telecontagem vai custar 1.014 milhões de euros e terá um impacto máximo na tarifa de mais 3,1 por cento, entre 2010 a 2030.

A proposta é da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), depois de um período de consulta pública. Este sistema de telecontagem surge como obrigatório depois de ter sido acordado, entre os governos de Portugal e Espanha, um plano de compatibilização regulatória, no âmbito do mercado liberalizado de electricidade (Mibel).

Feitas as contas, os mais de 6 milhões de consumidores domésticos portugueses vão pagar mais 91 cêntimos mensais, durante 20 anos, a acrescer às revisões tarifárias anuais. Isto significa que, sendo a factura média actual de 29,19 euros por mês, passará a ser de cerca de 30,10 euros. No entanto, o regulador diz que este valor só se vai verificar na pior das hipóteses.

«Basta haver uma redução de 2% do consumo para que a redução seja de apenas 1,7%, ou seja, 48 cêntimos», referiu fonte oficial da ERSE à «Agência Financeira».

Até porque, de acordo com a mesma, depois do Governo aprovar a proposta, será lançado um «projecto-piloto». Aqui, os consumidores que tiverem este privilégio vão poder já fazer gastos mais racionalizados de energia.

Vantagens de um telecontador

Quanto à aprovação do Governo ainda não há previsões, mas o regulador adianta que «quanto mais rápido se implementar a fase de experimentação, mais rapidamente se começa a reduzir nos custos dos contadores actuais de novos clientes». «Gostávamos de lançar o projecto-piloto em Julho do próximo ano», acrescentou.

Para a ERSE, há aqui muitas vantagens: o telecontador vai possibilitar melhorar o nível de informação dos consumidores e a eficiência energética. De que forma? «Os próprios consumidores vão poder ver o seu perfil de consumo durante o dia e que lhes vai permitir fazer a melhor opção em termos de tarifa».

Para além disso, há uma diminuição de custos de leitura e de intervenção no local. As empresas fornecedoras deixam de ter que vir a nossa casa fazer leitura porque esta passa a ser remota.

Um sistema destes vai ainda facilitar a comparação entre a tarifa ou as ofertas do mercado liberalizado e reduzir o número de conflitos entre os consumidores e as empresas. As leituras passam a ser mais fiáveis para ambos os agentes.

O regulador esclareceu ainda que, do valor total de custo de 1.014 milhões de euros, 600 milhões correspondem ao investimento no próprio aparelho e o restante à instalação e remunerações de activos. Apesar da amortização ser feita num prazo de 20 anos, a substituição dos aparelhos deve ser feita até 2015.

De referir que esta tecnologia já está a ser introduzida em países europeus como Itália, Holanda e Luxemburgo ou ainda no Canadá.
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