Mais 1 episódio no caso BCP: Pinhal vai hoje ao Parlamento

O antigo presidente do BCP, Filipe Pinhal, vai esta quinta-feira ao Parlamento, às 18 horas. Em cima da mesa irá estarão temas como, a supervisão do sistema financeiro, as alegadas irregularidades no maior banco privado português e a existência ou não de interferência política no banco.

A audição do ex-presidente do conselho de administração do BCP foi proposta pelo PSD. Esta será, assim, a quarta audição parlamentar feita sobre a esta matéria.

Já foram ouvidos o governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, o presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMMVM), Carlos Tavares e o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, que presidia à autoridade do mercado de capitais na altura em que registaram as alegadas irregularidades no BCP.

Recorde-se que Filipe Pinhal assumiu a liderança da instituição financeira do BCP depois da saída de Paulo Teixeira Pinto, em 31 de Agosto, e chegou a apresentar uma candidatura a um novo mandato. No entanto, esta não chegou a avançar por ter sido desaconselhado a prosseguir pelo governador do Banco de Portugal, depois de as autoridades iniciarem investigações ao banco.

PSD não quer Jardim Gonçalves nem Paulo Teixeira Pinto

O líder parlamentar do PSD, Santana Lopes, já veio declarar que só depois de ouvir Pinhal é que irá decidir se avança ou não com inquérito parlamentar sobre a supervisão de operações bancárias. O político reconheceu, no entanto, que «já tem uma orientação».

Ao mesmo tempo, o PSD votou contra a audição de Paulo Teixeira Pinto e Jorge Jardim Gonçalves, a propósito das alegadas irregularidades praticadas no banco.

Investigações avançam

Na véspera da audição de Filipe Pinhal no Parlamento, o presidente da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, Carlos Tavares, admitiu que pode abrir um novo processo contra a antiga administração do BCP. Isto, caso se verifique que os mesmos tenham prestado informações falsas ao mercado e às entidades de supervisão.

Em causa estará um comunicado feito em Dezembro, na altura em que Filipe Pinhal liderada o BCP, e que confirmava, em resposta a um pedido de esclarecimento do regulador, «que a informação financeira por ele (BCP) mais recentemente divulgada, nomeadamente a relativa ao período findo em 30 de Setembro de 2007, reflecte integralmente as perdas financeiras» decorrentes das operações, sob investigação, feitas através de off shores».

O antigo ministro da Economia de Durão Barroso revelou ainda que a investigação sobre a alegada utilização de «off-shores» por parte do maior banco privado para compra de acções próprias está em fase de apuramento de responsabilidades.