Noite Branca: informador da PJ autopsiado - TVI

Noite Branca: informador da PJ autopsiado

Bruno Pidá foi detido no âmbito da operação «Noite Branca» (João Abreu Miranda/Lusa)

Destroços do Ferrari transportados para as instalações da Judiciária

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O corpo de Carlos Almeida, proprietário do stand de automóveis Finicar, alegado informador da PJ na investigação aos crimes da noite do Porto, está neste momento a ser autopsiado. O empresário morreu na madrugada de segunda-feira num acidente de viação, na A4, em Ermesinde. O carro, um Ferrari, incendiou-se e o condutor morreu carbonizado.

Em declarações ao PortugalDiário, a directora da delegação norte do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML), Teresa Magalhães, explicou que a autópsia vai permitir conhecer a causa do óbito e estabelecer um «diagnóstico diferencial» entre a morte por razões naturais, por acidente ou de origem criminosa.

Segundo a mesma fonte, havendo suspeitas de crime doloso, a PJ tem de chamar o INML para, em conjunto, realizarem o exame do corpo no local. Tal não aconteceu no caso em apreço.

No entanto, foi a identidade da vítima, apenas conhecida ao final da tarde de ontem, que levou a equacionar um cenário de crime.

Sinais de derrapagem e travagem

Contactada pelo PortugalDiário, fonte dos bombeiros de Pedrouços, Maia, explicou que esta corporação chegou ao local «por volta das 5h40 e o carro já estava a arder», esclarecendo que «o corpo estava dentro do carro e já nada se pôde fazer».

No local foram detectados sinais de derrapagem e travagem, indiciando que o carro poderia ter sofrido um despiste motivado por excesso de velocidade, seguido de tentativas de travagem.

Um cenário de explosão provocada dentro do automóvel, à semelhança do que aconteceu em Lisboa com o proprietário do bar de striptease, «Avião», não seria o mais provável, dado existirem sinais de travagem na via. No entanto, todas as hipóteses estão a ser equacionadas.

O cadáver foi posteriormente retirado e encaminhado para o INML, no Porto.

Destroços do Ferrari analisados na PJ

Os destroços do Ferrari foram transportados para as instalações da PJ do Porto, refere a Lusa, que cita uma fonte da Brigada de Trânsito da GNR. Os restos da viatura foram inicialmente levados para a Assislongo - assistência a veículos, em Gondomar, onde especialistas da PJ e da BT efectuaram peritagens durante a manhã.

O Ferrari 360 Modena, de 2003, tinha um depósito com capacidade para 110 litros de gasolina e, segundo um técnico da marca italiana, é «perfeitamente natural» que o carro se incendeie, após um despiste violento, refere a Lusa.

«Uma pinga de óleo quente no catalizador é suficiente para fazer deflagrar chamas», explicou. «Do ponto de vista teórico, é possível que um despiste seja seguido de um incêndio, principalmente se o veículo circular a alta velocidade», frisou.

O excesso de velocidade e uma fuga de combustível podem estar na origem do acidente.

Identificado pela ficha dentária

A identificação da vítima, que ficou totalmente carbonizada, assim como a viatura em que seguia, foi realizada com recurso à ficha dentária. Neste caso, a outra hipótese seria recorrer ao DNA. «Os dentes resistem a temperaturas muito elevadas», sendo um meio frequente para identificação de vítimas de grandes catástrofes, designadamente acidentes de aviação.

Carlos terá recebido mensagem de PJ sobre Pidá

A mulher de Bruno Pinto (Pidá), alegado líder do gangue da Ribeira, e suspeito de envolvimento na morte do empresário Aurélio Palha e do segurança Ilídio Correia, entregou recentemente à procuradora Helena Fazenda, que coordena a investigação aos crimes da noite do Porto, um telemóvel com uma mensagem supostamente enviada por um inspector da PJ ao malogrado proprietário do stand.

No referido sms, o inspector terá pedido a Carlos que arranjasse testemunhas entre o grupo de Valbom que ligassem Bruno Pidá a um Mercedes utilizado em alguns homicídios na noite portuense. O telemóvel onde a mensagem foi recebida acabou na caixa de correio de «Pidá».
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