Greve: escolas sem aulas ou a funcionar a meio gás - TVI

Greve: escolas sem aulas ou a funcionar a meio gás

Escola (arquivo)

Retrato de um país paralisado pelos professores

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Escolas de todo o país começaram o dia sem aulas ou a funcionar a meio gás por causa da greve de professores, constatou a Lusa numa ronda por diversos estabelecimentos de ensino.

Na secundária Jaime Cortesão, em Coimbra, onde esteve Mário Nogueira, não houve aulas no início da manhã e os poucos alunos que estavam na escola às 08h30 preparavam-se para regressar a casa.

Também na EB 2/3 D. Afonso III, em Faro, onde estudam cerca de 600 alunos, só houve uma aula à primeira hora. Nas grades que cercam o recinto, está colado um cartaz onde se lê: «Professores e educadores todos juntos em luta por um estatuto profissional digno e valorizado». Na escola básica do Carmo, também só um dos seis professores que habitualmente dão aulas logo de manhã está na escola.

Greve dos professores: esperada adesão superior a 90%

Em Torres Vedras, a escola Secundária Madeira Torres está encerrada. A outra secundária da cidade tem as portas abertas, mas há muitos alunos sem aulas.

Em Lisboa, na secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, uma parte dos alunos tiveram mesmo de ficar na escola, porque alguns professores decidiram não fazer greve. Um funcionário da escola disse que o parque de estacionamento costuma estar cheio logo de manhã, mas hoje tem apenas metade dos carros do que é normal.

Ainda em Lisboa, a secundária do Restelo está aberta, mas há muitos alunos no recinto sem aulas.

Balanço na Região Centro

Em Leiria, as principais escolas secundárias da cidade encontram-se de portas abertas, mas não a funcionar normalmente. O mesmo sucede nos concelhos da Marinha Grande e Alcobaça. Neste último, fonte do conselho executivo da Secundária D. Pedro I informou que dos quase cem professores do estabelecimento, «50 por cento estão a fazer greve».

Já o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) fez um «balanço positivo». A coordenadora do Executivo Distrital de Leiria, Ana Rita Carvalhais, adiantou que pelo menos um estabelecimento de ensino (a EB 2,3 com Secundário da Maceira, no concelho de Leiria) tinha uma adesão de 100 por cento à greve.

A responsável acrescentou que «as escolas do 1º ciclo de Outeiro da Ranha e Meirinhas (Pombal), Maceirinha e A-dos-Pretos (Leiria), e São Martinho do Porto (Alcobaça) estão encerradas».

Ainda em São Martinho do Porto, «a EB 2,3 com Secundário regista uma adesão de 91 por cento, enquanto na EB 2 Padre Franklin, na Marinha Grande, 70 por cento dos professores não compareceram à escola».

Em Santarém, a EB 2,3 Alexandre Herculano está encerrada devido à greve dos professores, entendendo o Conselho Executivo que não tem condições para manter os 659 alunos na escola. Além desta escola, também a EB 2,3 Mem Ramires decidiu encerrar as portas. Na secundária Dr. Ginestal Machado, ao primeiro tempo, a adesão à greve rondava os 89 por cento, mantendo a escola as portas abertas.

Mário Nogueira confirma adesão superior a 90%

Na Região Norte, a greve de professores está a registar uma adesão similar à de 3 de Dezembro. «A primeira impressão colhida é a de que há uma fortíssima adesão à greve», disse a coordenadora do Sindicato dos Professores do Norte, Manuela Mendonça.

Referindo-se a algumas escolas do Porto, Manuela Mendonça disse que estão sem aulas a EB 1 João de Deus e a secundária Clara de Resende.

O porta-voz da plataforma sindical dos professores, Mário Nogueira, afirmou que os primeiros dados sobre a adesão à greve apontam para «adesões superiores a 90 por cento» em todo o país. Em declarações aos jornalistas esta manhã, Mário Nogueira considerou que a paralisação «representa uma grande derrota das políticas educativas do Governo».
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