Greve dos professores: esperada adesão superior a 90%

Os professores realizam, esta segunda-feira, mais uma greve, em protesto contra o modelo de avaliação de desempenho e o Estatuto da Carreira Docente, estimando os sindicatos uma adesão superior a 90 por cento, à semelhança da registada a 3 de Dezembro.

Na última paralisação nacional de docentes, os sindicatos apontaram uma adesão na ordem dos 94 por cento, enquanto, segundo os números avançados pelo Ministério da Educação, não foi além dos 66,7 por cento.

«O Ministério da Educação vai ter de avaliar se quer ou não ter esta luta dos professores. Nunca a vamos deixar cair e estou convencido de que os professores vão ter força para lutar por isto, seja com este Governo, seja com qualquer outro, pelo tempo que for preciso», afirmou Mário Nogueira, porta-voz da Plataforma Sindical de Professores, em declarações à Lusa.

Os sindicatos exigem a suspensão e substituição do modelo de avaliação de desempenho e, relativamente ao Estatuto da Carreira Docente (ECD), querem eliminar a divisão da carreira em categorias hierarquizadas (professores e professores titulares) e abolir a existência de quotas para a atribuição de «Muito Bom» e «Excelente» nas classificações da avaliação.

Professores pedem greves nacionais de 2 ou 3 dias seguidos

A greve desta segunda-feira foi convocada no final da manifestação de 8 de Novembro, em Lisboa, que reuniu cerca de 120 mil professores, segundo as estruturas sindicais.

Relativamente a novas formas de luta, os sindicatos reservam o anúncio de novos protestos para depois do arranque das negociações de revisão do ECD, a 28 de Janeiro. Tudo depende da «atitude» da equipa da ministra Maria de Lurdes Rodrigues durante esse processo.

«Vai depender da forma como as coisas evoluírem durante a revisão do ECD. Os objectivos dos professores são claros, mas se não forem alcançados vamos continuar a lutar, nas mesmas dimensões», promete o dirigente sindical.