Comerciante em greve de fome frente à Unicer

Um comerciante entrou em greve de fome às 00:00 de hoje e acorrentou-se frente à fábrica da Unicer, em Santarém, alegando que está a ser «injustiçado e discriminado», o que a empresa cervejeira nega, escreve a Lusa.

Clayton Vitorio, cidadão brasileiro, disse que iniciou o protesto, do qual promete só sair de ambulância, porque a Unicer recusa conceder-lhe tempo para poder cumprir o contrato de aquisição de cerveja que assinou há três anos e que, por vicissitudes várias, não esgotou ainda.

Segundo disse, há três anos assinou um contrato para aquisição de 24.000 litros de cerveja para um estabelecimento que possuía em Portalegre, que entretanto trespassou, ficando por gastar cerca de 10.000 litros e por pagar cerca de 5.000 euros do total de cerca de 25.000.

Clayton Vitorio alega que tem estado a trabalhar em eventos e feiras e que pretendia a passagem do contrato para seu nome para cumprir o que está em falta e que, apesar das negociações e de alegadas promessas, a Unicer accionou a semana passada a garantia bancária no valor de 10.000 euros.

«Pedi e diminuição da garantia bancária, tendo em conta o valor já liquidado, e mais tempo para cumprir a litragem», disse, afirmando que a Unicer o está a «discriminar».

Fonte da empresa disse contudo à Lusa que existe um contrato que não foi cumprido, a começar pelo compromisso de serem criados dois estabelecimentos comerciais e só um ter de facto funcionado.

Mesmo este, disse, foi trespassado sem que tenha sido garantido o cumprimento das obrigações contratuais, disse, sublinhando que já foram feitas inúmeras tentativas de acordo.

«Não podemos conversar com quem faz chantagem», disse a fonte, sublinhando que as conversações se «arrastam há longos meses» e que não é possível criar precedentes e dar tratamento diferente ao que é dado aos outros clientes.