«Doenças reumáticas vão ser catástrofe» - TVI

«Doenças reumáticas vão ser catástrofe»

Médicos

Autor de estudo epidemológico, Luís Cunha Miranda, alerta que 6% dos trabalhadores sofre de algum tipo de reumático

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Seis em cada 100 trabalhadores portugueses sofrem de doenças reumáticas devido à profissão, revela o primeiro estudo epidemiológico sobre a prevalência de lesões músculo-esqueléticas relacionadas com trabalho (LMERT), noticia a «Lusa».

O estudo, divulgado, esta quinta-feira, nas XVII Jornadas Internacionais do Instituto Português de Reumatologia (IPR), inquiriu médicos de trabalho de 515 empresas, que abrangem cerca de 11% da população activa em Portugal.

De acordo com o estudo, 5,9% dos trabalhadores têm lesões clinicamente relevantes.

«Existe evidência de que o trabalho penoso pode causar lesões músculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho e consequentemente resultar em absentismo laboral e incapacidade para o trabalho, bem como um decréscimo da produtividade», referem os autores do estudo.

O médico do IPR diz que «as doenças reumáticas serão uma catástrofe daqui a 20 ou 30 anos» e representam elevados custos para o Estado ao levar a baixas prolongadas e reformas antecipadas.

A lesão mais prevalente é a lombalgia (2,27%), seguida de outras raquialgias (dores na coluna vertebral), que são as queixas reumáticas mais frequentes e um dos principais motivos de incapacidade antes dos 45 anos. No total, as raquialgias são responsáveis por 74,9% das LMERT relevantes.

É nos ramos da construção civil, indústria metalo-mecânica e «outra indústria» que prevalecem as lombalgias (2,85%, 2,92% e 3,66%, respectivamente).

A prevalência das lesões aumenta também com a idade, refere o estudo.

Em declarações à agência «Lusa», Luís Cunha Miranda, autor principal do estudo, defendeu que é preciso «proteger os trabalhadores para que possam produzir com qualidade e durante muitos anos».

Em Portugal, escasseiam dados sobre a prevalência das LMERT devido à falta de referenciação, e a utilização de um sistema único de registo das doenças músculo-esqueléticas profissionais conduz a uma subestimação da prevalência na população activa e na população em geral.
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