«Grau de ameaça» terrorista em Portugal «aumentou» - TVI

«Grau de ameaça» terrorista em Portugal «aumentou»

PSP (arquivo)

Presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, Rui Pereira, considera, no entanto, que Portugal não está «na primeira linha de ameaça» do terrorismo internacional

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O presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), Rui Pereira, disse esta quarta-feira que o grau de risco terrorista aumentou em Portugal nos últimos tempos, apesar de a ameaça ser remota.

«Embora Portugal não esteja ainda na primeira linha da ameaça do terrorismo de inspiração fundamentalista, nos últimos tempos o grau de ameaça aumentou», disse aos jornalistas Rui Pereira, no final de um debate organizado pelo OSCOT sobre «terrorismo, media e novos media».

O ex-ministro da Administração Interna justificou este aumento do risco terrorista com o facto do Estado Islâmico (EI) ser «uma organização especialmente perigosa que dispõe de uma base territorial sobre a qual pretende exercer um poder soberano», constituindo, por isso, «uma ameaça para todos os estados ocidentais».

Rui Pereira adiantou que não se pode excluir que os luso-descendentes ou portugueses que foram recrutados pelo Estado Islâmico venham a praticar um atentado terrorista em Portugal.

«Não é um cenário muito provável, não é um perigo iminente, mas é um perigo», sustentou.

Sobre a detenção de dois alegados terroristas espanhóis hoje de manhã no aeroporto Sá Carneiro, no Porto, Rui Pereira afirmou que, pela localização de Portugal, existem pessoas a atravessar o território, sublinhando que as detenções feitas pelo SEF demonstram que as forças e serviços de segurança estão a funcionar bem.

«Portugal tem uma localização geoestratégica ímpar, é uma varanda aberta sobre o Atlântico virada para a América e para África, portanto, é natural, pela sua localização até em relação a Espanha que haja pessoas que atravessem o território português», afirmou, acrescentando que o importante é que as forças e serviços de segurança, que se têm demonstrado competentes, cumpram o seu papel

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) deteve, hoje de manhã, um cidadão de nacionalidade espanhola, portador de um passaporte venezuelano falso, condenado em Espanha a 11 anos de prisão por «crimes de participação em organização terrorista».

Segundo o SEF, o cidadão detido pretendia sair de Portugal com um passaporte falso com destino à Venezuela.

Foi ainda retido «para identificação» um segundo cidadão de dupla nacionalidade, espanhola e venezuelana, que «acompanhava o detido».

O debate do OSCOT realizou-se por ocasião do dia europeu em memória das vítimas de terrorismo, que hoje se assinala.
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