Pena de Fátima Felgueiras teve «muita água benta» - TVI

Pena de Fátima Felgueiras teve «muita água benta»

Principal denunciante do «saco azul» comenta sentença: «O crime compensa»

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Horácio Costa, principal denunciante do caso do «saco azul», comentou o acórdão desta sexta-feira, dizendo que na decisão do Tribunal de Felgueiras «houve muita água benta» em benefício de Fátima Felgueiras, a principal arguida, escreve a Lusa.

Falando após a leitura do acórdão que condenou a presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, Fátima Felgueiras, a três anos e três meses e prisão, suspensa por igual período, e perda de mandato, Horácio Costa considerou que depois desta sentença fica-se com a ideia de que «o crime compensa».

O tribunal considerou provado que a autarca praticou um crime de peculato, um de peculato de uso e outro de abuso de poder. «A Justiça não foi feita para os ricos nem para os poderosos, a Justiça foi feita para os pobres e para aqueles que não têm relevância a nível social», afirmou aos jornalistas.

Horácio Costa acrescentou não perceber por que razão não foi condenada Fátima Felgueiras pela viciação de contratos e retornos de dinheiro para a conta bancária que alegadamente financiou o Partido Socialista (PS) nas autárquicas de 1997, que o tribunal admitiu hoje como provados.

O antigo colaborador de Fátima Felgueiras lembrou que esteve neste processo numa posição diminuída face a outros arguidos, porque, ao contrário deles, a sua defesa não foi paga pelo erário público.

Afirmou, também, que preferia ter participado neste processo na qualidade de testemunha e que se tal tivesse ocorrido seria mais vantajoso para o apuramento da verdade.

Horácio Costa foi absolvido esta sexta-feira de dois crimes de participação económica em negócio.

O arguido admitiu à Lusa a satisfação pela decisão do tribunal, frisando que ao longo dos anos procurou fazer prova de tudo quanto disse à Justiça. «Eu lutei pela verdade e isso provou-se em tribunal», enfatizou.

«Se fosse hoje, aceitava o dinheiro que me propuseram»

Já o empresário de Felgueiras e denunciante do «saco azul», Joaquim Freitas, disse estar arrependido de ter colaborado com a Justiça. Comentando a pena determinada pelo tribunal para Fátima Felgueiras, o arguido perguntou aos jornalistas se já tinham visto algum poderoso ser condenado em Portugal. «Se os retornos ou as facturas falsas fossem na minha empresa, se calhar eu era condenado».

Joaquim Freitas aconselhou ainda as pessoas em Portugal que tenham conhecimento de situações de corrupção a não transmiti-las à Justiça «e procurem ganhar uma comissão». «Se fosse hoje, aceitava o dinheiro que me propuseram», afirmou, sem fazer mais comentários.

O arguido também foi absolvido dos dois crimes de participação económica em negócio de que estava acusado.
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