Jejum é a principal causa das indisposições dos fiéis

A falta de alimentos durante muitas horas motivou a maior parte das indisposições sentidas pelas pessoas que seguem a visita de Bento XVI, o que levou o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a deixar um apelo aos fiéis: «Comam».

De acordo com o director de Departamento de Emergência Médica do INEM, Ramiro Figueira, que coordena o plano de protecção à saúde do Papa e dos que participam nesta visita, foram registadas em Lisboa, até às 22:30 de terça-feira, 59 ocorrências.

Destas ocorrências, 13 foram de pessoas que acabaram por ser conduzidas ao hospital, embora todas tenham já tido alta.

Segundo Ramiro Figueira, tratou-se essencialmente de indisposições relacionadas com a falta de alimentos durante muitas horas.

Jovem sem comer durante 24 horas

«Encontrámos um caso de uma jovem de 20 anos que já não comia há 24 horas», contou o médico, acrescentando que muitas pessoas optaram por não comer para ficar a guardar um bom lugar para ver o Papa», nomeadamente no Terreiro do Paço, onde terça-feira Bento XVI presidiu à eucaristia.

Cansaço e algumas crises de tensão arterial alta, bem como quedas e fracturas, motivaram vários atendimentos dos profissionais do INEM, alguns dos quais realizados pelas equipas apeadas, compostas por elementos que se deslocam a pé para dar assistência aos fiéis.

39 fiéis assistidos em Fátima

Em relação a Fátima, o INEM assistiu 39 pessoas, das quais 11 foram transportadas até ao hospital, entre as 17:00 de terça-feira e as 13:00 desta quarta-feira.

Ramiro Figueira considera o facto do INEM fazer regularmente assistência no Santuário de Fátima, onde regularmente ocorrem eventos envolvendo a participação de milhares de pessoas, irá facilitar o trabalho dos profissionais do Instituto.

Ainda assim, o INEM deixa um apelo aos peregrinos que irão participar nas cerimónias religiosas em Fátima, com a presença de Bento XVI: «Comam!».

Para a visita de Bento XVI, que começou terça-feira e decorre até sexta feita, o INEM tem accionado um dispositivo que irá mobilizar 320 profissionais e 83 viaturas que prestarão apoio ao Papa, ao séquito papal e aos participantes nas cerimónias.

Ao todo serão mobilizadas 320 pessoas: 57 médicos, 63 enfermeiros, 133 Técnicos de Ambulância de Emergência (TAE), 52 Técnicos de Operações de Telecomunicações de Emergência (TOTE) e 15 responsáveis pela logística.