Medicamentos: porque reduz o Governo as comparticipações? - TVI

Medicamentos: porque reduz o Governo as comparticipações?

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Presidente da Associação Nacional de Farmácias desafia o Executivo a explicar as «razões» da medida

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O presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), João Cordeiro, desafiou esta quarta-feira o Governo a explicar aos portugueses «as razões por que tem de reduzir as comparticipações» dos medicamentos.

«Era necessário que o Governo explicasse aos portugueses, de forma clara e de forma transparente, as razões por que tem de reduzir as comparticipações», disse João Cordeiro aos jornalistas, em Coimbra.

As últimas medidas na área do medicamento «provocam dificuldades brutais» às farmácias, enquanto o Executivo de José Sócrates «nem sequer tem o cuidado de dialogar com o sector», acusou o presidente da ANF, citado pela Lusa.

«Veja a situação ridícula: é o Governo que define a política de preços dos medicamentos e que depois, unilateralmente, toma a decisão de reduzir os preços dos medicamentos em seis por cento», declarou.

«Infelizmente, o Governo não identificou os problemas que existem dentro do sector, dentro das comparticipações sobre os preços dos medicamentos», lamentou.

João Cordeiro, que falava no âmbito de uma visita à Faculdade de Farmácia de Coimbra, lembrou que «esta é a sexta redução de preços dos medicamentos, o que demonstra claramente que o caminho não é este».

«Nós estamos agora a aguardar que o Governo reduza as portagens das auto-estradas em seis por cento, a electricidade em seis por cento e, já agora, os impostos também em seis por cento», ironizou.

O líder da ANF desafiou, por outro lado, «os partidos políticos e o Governo a deixarem de fazer política com o medicamento».

Dando o exemplo da promessa eleitoral do PS, nas legislativas de 2009, de conceder «um reembolso a 100 por cento dos medicamentos genéricos para os reformados», João Cordeiro acusou o Governo por alegadamente não ter avaliado antes quanto custaria a concretização destas medidas.

«Essa medida custa mais de 70 milhões de euros. E é natural que o país nesta situação não possa suportar esse custo adicional», sublinhou.
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