Morre-se menos na estrada - TVI

Morre-se menos na estrada

Dia Mundial em Memória das Vítimas na Estrada

2006 fica para a história: foi o ano em que Portugal perdeu menos vidas ao volante. Para trás, ficam mais de 70 mil vítimas mortais. Veja as imagens que não podem ser esquecidas

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Durante décadas, os portugueses enfrentaram o perigo na estrada como uma guerra sem fim à vista. Este ano, a tendência foi invertida: há menos 27 por cento de mortos e todos reconhecem que Portugal conseguiu pôr um travão à tragédia. Um caminho que carrega na bagagem 70 mil vítimas que «não podem ser esquecidas».

«A principal mensagem que queremos passar neste Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada é que não podem ser apenas as famílias das vítimas a recordar. A sociedade não pode esquecer», adiantou ao PortugalDiário Manuel João Ramos, presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, ACA-M.

Este ano, a ACA-M e a Estrada Vida promovem acções em Lisboa, Évora e Vila Real. A destacar o lançamento de um livro de fotografias dos memoriais feitos à beira da estrada um pouco por todo o país. A Câmara de Lisboa deverá também anunciar, na cerimónia a realizar no Jardim da Estrela, o local onde será construído um memorial às vítimas.

A lembrar ficará 2006 como o ano em que a redução dos vários índices de sinistralidade, especialmente nas vítimas mortais, atingiu valores nunca antes vistos. Em comparação com 2005, os dados provisórios da Brigada de Trânsito até seis de Novembro, revelam que há menos 3,791 acidentes (- 4,2 por cento), menos 227 mortos (-27,3 por cento), menos 207 feridos graves (- 8,4 por cento) e menos 1445 feridos ligeiros (- 5,4 por cento).

«São boas notícias, não podemos dizer o contrário», afirmou Manuel João Ramos, relembrando que há ainda muito por fazer.

O que mudou?

Os acidentes e vítimas mortais têm vindo a descer progressivamente todos os anos. Especialmente desde 1991, quando foi atingido o número mais alto na mortalidade rodoviária: 2225 mortos num só ano. Em 2006, Portugal conta com 605 mortos nas estradas portuguesas.

Anteriormente, a maior descida registada foi no ano de 2004, com menos 16, 3 por cento de vítimas mortais.

«Houve uma alteração no comportamento dos condutores, principalmente porque o sentimento de impunidade foi suprimido. Antes, o condutor infringia e sabia que podia escapar à multa, agora já sabe que isso não acontece», explicou ao PortugalDiário o major Lourenço da Silva, porta-voz da Brigada de Trânsito da GNR.

Manuel João Ramos, da ACA-M, concorda que o pagamento das multas na hora teve influência decisiva, mas acrescenta: «Andar depressa custa caro. E a crise energética está a fazer com que a sinistralidade grave desça, porque os condutores andam mais devagar».
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