PSD: liderança de Ferreira Leite «tem pernas para andar»

[ACTUALIZADO ÀS 18H45]

O antigo presidente do PSD Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a liderança de Manuela Ferreira Leite «tem pernas para andar», não excluindo a possibilidade dos sociais-democratas vencerem as legislativas de 2009.

«Há a possibilidade de ganhar, tais têm sido os erros do PS», admitiu, sublinhando que, ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, o PSD tem agora uma liderança «muito consonante com o país».

PSD/Governo: «Não há divergências de fundo»

«Já vejo muitos empresários a apontarem para um Governo de Bloco Central»

«É uma liderança que tem pernas para andar, agora é preciso que ande», enfatizou.

Questionado sobre o congresso do PSD que começa sexta-feira em Guimarães e que servirá para eleger os órgãos nacionais do partido, Marcelo Rebelo de Sousa classificou-o como um «pró-forma». «O essencial já está decidido», salientou, antevendo que não haverá «surpresas» nas estratégias que serão debatidas ou na equipa que Manuela Ferreira Leite irá apresentar.

Marcelo Rebelo de Sousa adiantou ainda que, tal como tem acontecido desde que abandonou a liderança do PSD, não irá estar presente no congresso de Guimarães, apesar do convite de Manuela Ferreira Leite. «Agradeci o convite, mas não irei», disse, acrescentando que irá, contudo, acompanhar os trabalhos do congresso «com atenção».

Esquerda coloca valores familiares em causa

Marcelo Rebelo de Sousa considerou, entretanto, que os Governo de «esquerda» têm posto em causa valores como a família e o casamento, alertando para a existência de uma «dose de irresponsabilidade no frenesim legislativo».

«Os Governos mais à esquerda têm tentado pôr em causa valores sistemáticos no tocante à vida, à família, ao casamento», alertou Marcelo Rebelo de Sousa, numa intervenção no final de um almoço promovido pela Associação Cristã de Empresários e Gestores.

Classificando como «um processo galopante» o que tem sido feito ao nível legislativo em matérias como o divórcio, Marcelo Rebelo de Sousa criticou a «retirada da estabilidade ao casamento».

«Tem-se retirado estabilidade ao casamento», disse, referindo-se à nova Lei do Divórcio apresentada pelo PS no Parlamento e que está neste momento a ser discutida em sede de especialidade. «Há uma dose de irresponsabilidade neste frenesim legislativo», acrescentou ainda, aludindo concretamente às tentativas para «facilitar a dissolução do casamento».

Marcelo Rebelo de Sousa alertou ainda para as «pré-anunciadas» iniciativas que o Bloco de Esquerda e alguns sectores socialistas poderão vir a apresentar depois das legislativas de 2009, nomeadamente no que diz respeito às uniões de facto homossexuais, à adopção de crianças por casais homossexuais e a uma ainda maior flexibilização da dissolução dos casamentos: «São três domínios em relação aos quais os leigos devem fazer um debate não apenas religioso, mas também social. Tudo o que seja o esvaziamento da família é mau».