Crise financeira abate lucros da banca mundial - TVI

Crise financeira abate lucros da banca mundial

Bancos portugueses cobram mais juros

Alguns dos principais bancos mundiais assumiram ontem que, durante os últimos meses, sofreram uma deterioração acentuada dos seus resultados como consequência do aperto que se tem vindo a sentir no mercado de crédito internacional.

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Os bancos suíços UBS e Credit Suisse e o norte-americano Citigroup decidiram antecipar as más notícias e anunciaram perdas relacionadas com a conjuntura de crise actual ou a redução dos resultados líquidos durante o terceiro trimestre do ano, avança o «Público».

O UBS assumiu perdas no valor de 3,4 mil milhões de dólares (aproximadamente 2,4 mil milhões de euros) relacionadas com instrumentos expostos ao sector «subprime» norte-

-americano. Anunciou em simultâneo a saída dos principais responsáveis pela direcção financeira do banco e uma nova vaga de despedimentos.

O Credit Suisse assumiu que, quando apresentar os resultados do trimestre que agora terminou, vai ter um «impacto adverso» da instabilidade que se vive nos mercados. Ainda assim, garantiu que continuará a registar lucros.

O Citigroup, por sua vez, quantificou o efeito negativo nos resultados, antecipando uma redução dos lucros da ordem dos 60 por cento durante o terceiro trimestre.

As perdas assumidas não constituem uma ameaça para a solidez financeira destas instituições, mas revelam que o clima de reduzida confiança nos mercados de crédito está a agravar os custos de financiamento dos bancos e a impedir a montagem de diversas operações de emissão de dívida, geralmente bastante lucrativas.

Os bancos portugueses vão começar a apresentar os seus resultados do terceiro trimestre a partir do dia 20 deste mês.

UBS, Credit Suisse e Citigroup não foram os primeiros bancos a sofrer perdas e, de acordo com os analistas, não serão os últimos. Este cenário, a manter-se, terá como consequência a continuação da subida das taxas de juro praticadas no mercado interbancário e o agravamento dos custos suportados pelas empresas e famílias que recorrem a empréstimos.

É por esta via que a actual instabilidade nos mercados financeiros atinge a economia. Com um acesso ao crédito mais dificultado e mais caro, as empresas investem menos e as famílias cortam nas compras, nomeadamente de casas e carros, tornando o abrandamento do ritmo de crescimento quase inevitável.
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