«Gilberto Madaíl já esteve mal quando contratou Carlos Queiroz» - TVI

«Gilberto Madaíl já esteve mal quando contratou Carlos Queiroz»

Comentário sobre a actualidade na «Edição das 10» do TVI24

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A demissão de Carlos Queiroz do cargo de seleccionador nacional de futebol, o processo Casa Pia e a «reentré» do PS e do PSD foram os temas principais do comentário semanal de Marques Mendes, esta quinta-feira, na TVI24.

A saída do técnico, anunciada pelo presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), devia ter acontecido, para Marques Mendes, «a seguir ao mundial da África do Sul». «Tinha saído com dignidade. Assim, foi tudo ao contrário», disse.

Mas as críticas não se restringiram apenas a Queiroz. O comentador considerou que o secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, «se comportou em todo este processo como um verdadeiro incendiário». «O papel de um membro do Governo é ser um exemplo de bom senso. Ele foi uma referência de insensatez».

A FPF e o seu presidente também mereceram duros reparos. «Gilberto Madaíl já esteve mal há dois anos quando contratou Carlos Queiroz. O contrato devia ter sido por dois anos como é habitual. Porque de dois em dois anos ou há campeonato do mundo ou há campeonato da Europa. É o tempo para fazer uma avaliação», disse Marques Mendes, para quem o dirigente federativo «demonstrou incapacidade para decidir, falta de coragem e uma total ausência de liderança e de autoridade».

Casa Pia

O tema que se seguiu foi o caso Casa Pia. O comentador começou por censurar o adiamento da divulgação do acórdão, frisando que «a ideia que passa é de falta de rigor, de profissionalismo, e de perda de credibilidade».

Porém, para Marques Mendes, «nestes últimos dias há casos muito mais graves». «Houve atropelos mediáticos, ao longo destes últimos dias, de todas as regras do estado de direito, que são absolutamente lamentáveis», anotou, numa referência a algumas aparições nos media de arguidos no processo. «Num estado de direito, os julgamentos fazem-se no tribunal, não se fazem na praça pública».

O comentador salientou que este processo ainda não acabou e «esta permanência de um único arguido, sozinho, a contar a sua versão, numa televisão, ou várias televisões, significa uma pressão sobre a opinião pública», mas também «sobre os magistrados da relação que vão ter de decidir» sobre os recursos. Para Marques Mendes, o pior que poderia acontecer seria que o arrastamento do processo levasse à sua prescrição.

Passos e Sócrates

Outro dos temas foi a «reentrés» de PS e PSD. «Julgo que não tiveram novidades», disse o comentador, analisando depois os discursos dos líderes partidários

Sobre o social-democrata, defendeu que «Pedro Passos Coelho esteve melhor do que tinha estado no Pontal», tendo sido «mais claro nas ideias, mas assertivo nas críticas, mais pedagógico a explicar as condições para o Orçamento e, sobretudo, num tom que não deixou de ser duro, mas não foi o tom de provocar uma crise».

«José Sócrates acho que não esteve tão bem», considerou. «Foi muito artificial. Foi artificial em desafiar o PSD novamente para viabilizar o Orçamento (¿), em fazer um auto-elogio enorme da governação (¿). Foi artificial porque passou 20 minutos, ou mais, a falar do estado do país e nunca teve uma palavra sobre o desemprego, que é o maior problema do país.

Nos habituais «mais» e «menos» desta semana, a nota positiva foi para o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, por ter inaugurado esta semana o discurso do Estado da União. A nota negativa foi para o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, pela forma como geriu o processo das Scut.

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