Face Oculta: CM Sabugal fez negócio com Godinho

A Câmara Municipal do Sabugal fez um negócio com o empresário Manuel José Godinho, relacionado com a compra de um edifício para centro de negócios, mas «está tudo dentro da legalidade». Quem o diz é o próprio presidente da autarquia, António Robalo (PSD). «Foi tudo autorizado pelo Tribunal de Contas e pelo Executivo e está tudo dentro da legalidade», referiu o autarca à Lusa.

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António Robalo refere que a Câmara adquiriu, em 2004, o antigo edifício da fábrica de refrigerantes Cristalina, Soito, que «fechou há cerca de vinte anos». A compra foi feita através da empresa Manuel J. Godinho - Administrações Prediais, S.A., com sede em Esmoriz.

«A preocupação da Câmara foi tentar saber quem era o proprietário daquele edifício e, então, chegou-se a esse senhor Godinho», contou o autarca. O empresário executou um projecto de recuperação, que foi «aprovado e licenciado» para centro de negócios e «foi feito um acordo que consistia na empresa erigir o edifício e depois de o ter feito passar para a posse da Câmara».

António Robalo referiu, também, que o Manuel Godinho «tinha um prazo de execução» para a realização das obras: a autarquia pagaria, de forma faseada, «dois milhões de euros», sendo que seriam pagos «125 mil euros por ano, durante dez anos».

Em 2007, a autarquia fez uma transferência de 125 mil euros, mas o empresário «não cumpria o prazo» para entrega do edifício. «Ele não ligou nada e apareceu um empresário da terra, [Sonabe - Projectos e Construção, Lda.] e negociou directamente com o Godinho a cedência dos direitos» do imóvel.

A autarquia «autorizou a transferência para a Sonabe», prosseguiu António Robalo, e «neste momento, não tem nenhum compromisso com o empresário e está a cumprir o acordo inicial, mas com a Sonabe».

Em relação à investigação do processo «Face Oculta», «não há nada a temer», concluiu António Robalo. O autarca adiantou que «não está a ser feita nenhuma investigação» à autarquia.