Voos CIA: Amado confirma «consultas» para repatriar presos - TVI

Voos CIA: Amado confirma «consultas» para repatriar presos

Ministro dos Negócios Estrangeiros diz que houve contactos com os EUA em 2006, mas que os voos não se realizaram

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O ministro dos Negócios Estrangeiros diz que a oposição não tem razões para desconfiar das garantias dadas pelo Governo sobre a polémica dos voos da CIA. Luís Amado esteve, esta terça-feira à tarde, no Parlamento para novos esclarecimentos sobre o caso, noticia a TVI. O chefe da diplomacia portuguesa confirmou contactos com a administração norte-americana, mas apenas para o repatriamento de prisioneiros, no âmbito dos planos para o encerramento de Guantánamo.

«Pura e simplesmente não houve voo nenhum», disse o ministro na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros, onde foi para esclarecer o conteúdo divulgado na quarta-feira pelo «site» Wikileaks.

Para Luís Amado, o que o telegrama da embaixada dos Estados Unidos em Lisboa retrata é «uma diligência» perante a qual o Governo português «colocou condições». Designadamente de respeito pelos direitos fundamentais dos prisioneiros e da legalidade e de publicitação de voos que viessem a ser feitos, explicou.

O ministro adiantou que as autoridades norte-americanas chegaram a fazer uma diligência para escala de um voo que transportava três detidos a repatriar, «libertados de acordo com as garantias pedidas» pelo Executivo português. Mas esse voo não se chegou a realizar, conforme declarou Luís Amado.

«Houve apenas diligências diplomáticas, a matéria não existiu do ponto de vista factual», disse à comissão.

À saída, o ministro disse aos jornalistas que «a montanha pariu um rato». Luís Amado referia-se às acusações de que foi alvo por parte do PCP e do Bloco de Esquerda após a divulgação do telegrama.

Amado criticou a confusão que foi feita entre os chamados voos da CIA e estes voos de repatriamento. O ministro distinguiu os primeiros como «parte do problema», que foi a questão de Guantánamo, e os segundos como «parte de um processo de resolução desse problema», através do repatriamento, primeiro, e acolhimento por países terceiros, depois.
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