Serial Killer: «Fui importunada por ele» - TVI

Serial Killer: «Fui importunada por ele»

António Costa à entrada para o Tribunal da Figueira da Foz (Paulo Novais/Lusa)

Costa ligou à ex-namorada do filho. Vizinho recorda «conversa de homens»

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«Fui importunada por ele e agora faz-me impressão vê-lo aqui». Foi com esta frase que a ex-namorada do filho do arguido, Ana Maria Neves, justificou em tribunal o pedido para depor na ausência do ex-cabo, acusado da morte de três jovens de Santa Comba Dão. «Não consigo falar com ele aqui», insistiu.

O juiz acedeu e António Costa teve de abandonar a sala. Ana Maria referiu, então, que o arguido «portou-se sempre bem» com ela até 2005, altura em que o namoro com André Costa terminou.

Após um período em que o ex-cabo não lhe dirigiu a palavra, o militar na reserva voltou a cumprimentar a jovem «com dois beijinhos». Tudo aconteceu a 17 de Abril de 2006, no parque de estacionamento do «EcoMarchê».

«Disse-me o que lá vai lá vai e pediu-me o telemóvel porque queria falar comigo. Achei estranho», referiu a testemunha, não obstante ter facultado o seu contacto. Ana registou a insistência do ex-cabo «para que a conversa decorresse a sós».

O primeiro telefonema surgiu pouco depois (19 de Abril). Ana declinou o convite para se encontrar com o arguido à hora do almoço, porque não podia, mas sugeriu passar em casa deste mais tarde. Mas António Costa não quis. «Disse que a Fernanda (mulher) estaria em casa à noite e não queria falar à frente dela».

No segundo contacto do ex-cabo, cerca de duas semanas depois, Ana Maria «estava acamada» e não pôde ir ao encontro. À terceira tentativa, a jovem disse «não vou» e o arguido não voltou a insistir.

«Vi-o mais tarde (por alturas do São João, Junho), mas ele não me falou mais», rematou.

«Conversas de homens» com António Costa

O antigo cabo da GNR de Santa Comba Dão confidenciou a um vizinho que manteve relações sexuais com a primeira vítima, Isabel Cristina. António Gomes Cordeiro, que agora «já não» é amigo do militar relatou esta tarde em tribunal «as conversas de homens» com António Costa.

Depois de, numa ocasião, ter visto Isabel Cristina sair com um rapaz de uma casa em construção, nas redondezas, António Cordeiro comentou o caso «com o Tói», ao que o arguido lhe respondeu: «Ela veio pedir-me 30 euros e ainda que a levasse à discoteca Telheiro». «Levei-a e pus-me nela, mas vai ter de me pagar os 30 euros», garante que lhe disse o arguido.

António Costa, sentado no banco dos réus, dá sinais de indignação. Leva as mãos à cabeça e esboça um sorriso irónico.

Mais tarde, após o desaparecimento de Joana, terceira vítima, António Costa «andava preocupado». «Disse-me que tinha ido ao barracão do senhor Branquinho (um casebre abandonado) para arrumar uma escada e que se esfarrapara todo». E prosseguiu: «Disse-me ainda que tinha medo que a PJ descobrisse alguma pinta de sangue ou cabelos dele no barracão».

«Fiquei a olhar para ele e disse: quem não deve não teme». Mesmo assim, o arguido pediu-lhe segredo sobre os receios manifestados.

Leia a continuação deste artigo: «Não sou serial killer e muito menos tarado sexual»
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