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Luz <i>apaga-se</i> sem Madeleine

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A aldeia da Luz saiu à rua para ajudar a encontrar a menina inglesa. Todos colaboram. «Foi um choque. A vila sempre foi um sítio sossegado», contam os moradores. Agora só esperam que os turistas não fujam. Os que lá estão não largam os filhos

A vila da Luz não dormiu na passada quinta-feira à noite. Eram 22 horas quando soou o alarme. A palavra correu e em pouco tempo «a aldeia estava na rua» conta um popular ao PortugalDiário. «Nunca se viu nada assim», desabafa Pedro, acrescentando que «quem levou a menina já passou a fronteira».

Muitos dos que vivem na vila e nos arredores são estrangeiros. «Há muitos ingleses», explica Pedro que não acredita que esta história afaste os turistas.

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Já Graciete, que vive e trabalha na vila há 30 anos, não tem tanta fé porque «isto já mudou desde quinta-feira». Na sua banca, mesmo junto à praia, vendem-se toalhas, chapéus, biquinis e tudo o que é essencial para um dia de Verão.

Tudo . . .menos o cartaz, pendurado com molas, onde espreitam os olhos de Madeleine por entre a sombra. «No dia seguinte à menina ter desaparecido, uma senhora inglesa veio cá entregar estes cartazes. Desde então, todos os dias, os colocamos» conta.

E a aldeia mudou. «Há menos gente na rua e a comprar coisas», lamenta a vendedora. Mas não foi só isso. «Não se vêem crianças sozinhas. Nem a passear, nem na praia a brincar. Há sempre alguém de mão dada com elas. Nem as deixam ir para a beira da água», afirma.

«É pena. Isto sempre foi muito sossegado e agora isto», lamenta. «Não sei por que a levaram, mas não foi para fazer nada bom». A família está consigo na venda e os netos de poucos anos correm e brincam «a centímetros». «Eu já não os deixo sair daqui. Estão sempre debaixo de olho», termina.

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Sinto-me segura com a GNR

Uma cidadã inglesa, que vive na aldeia, comentava com os jornalistas que, apesar de tudo, se «sentia muito segura com a presença da GNR». Foi mais longe e garantiu que achava «as autoridades portuguesas melhores do que as britânicas».

O filho que já nasceu cá, está de mão dada com a mãe. Alguns minutos depois seguem para casa.

Cartazes espalhados

Nos carros, nas portas, nas montras das lojas. Há cartazes com o rosto de Madeleine espalhados pela aldeia. Nem as empresas que vendem imóveis se escusam a dar destaque ao «apelo».

Ninguém lhes pediu nada. Mas quando lhes entregaram os cartazes souberam o que havia a fazer.

Até as bombas de gasolina na Via do Infante têm pedidos de ajuda com fotografias da menina britânica. «Não custa e pode ser útil», dizem os funcionários da gasolineira.

Desde o desaparecimento de Madeleine a luz parece ter-se apagado na aldeia. Ao fim de seis dias, e após o choque inicial, a esperança dos habitantes de Lagos começa a esmorecer.

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