A pequena Andreia foi entregue aos pais exactamente no dia em que se assinalam 13 meses sobre o rapto do Hospital do Padre Américo, em Penafiel.
Um carro da Câmara de Lousada, chegou a Cernadelo às 13:10, transportando mãe e filha, desde a «Casa do Caminho», em Matosinhos.
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Isaura Pinto segurava a menina nos braços, tapada por uma fralda para que se lhe não visse o rosto. Seguiu directamente para casa da comadre, Arminda Mendes, a escassos 150 metros da sua habitação.
É precisamente aí que toda a família Pinto irá permanecer até à conclusão das obras na sua casa, informou aos jornalistas a madrinha de um dos filhos de Isaura e Albino.
Depois de ter sentido «a maior alegria do mundo» ao abraçar a pequena Andreia, a mãe sorridente informou que tenciona ir à festa organizada pelos vizinhos, mas que a menina ficará no recato do lar, conforme lhe pediram as assistentes sociais.
Entre as várias razões invocadas pelas técnicas está o facto de a menina não ter ainda todas as vacinas necessárias.
«A gente tem que obedecer porque eu não a quero perder», justificou-se a senhora.
Na rua, a vizinhança não escondia a desilusão. «Então a gente organiza-lhes isto tudo e eles metem-se dentro de casa!?». Os ânimos acalmaram quando Isaura veio cá fora saudar a população, empenhada em dar as boas vindas à filha mais famosa da terra.
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Quando regressou a casa da comadre, Isaura fez a vontade ao povo da terra e assomou à janela com a pequena Andreia. Ouviram-se palmas. Os cerca de 30 vizinhos, a maioria envergando o melhor traje de festa, recebeu finalmente a recompensa pelo esforço.
Antes de a vedeta da terra ter aparecido à janela nos braços da mãe, ouviram-se foguetes enquanto os vizinhos petiscavam em redor de uma mesa repleta de iguarias e onde não faltava o champanhe.
«Agora eles já não têm por onde pegar
As obras na casa serão realizadas pela Câmara Municipal de Lousada e pelo senhorio e incluem a edificação de um anexo nas traseiras da habitação onde serão criados mais dois quartos. Os móveis novos são oferecidos pela Moviflor.
Agora que a casa cresce e se torna mais confortável, Isaura expressa o desejo de ver toda a família reunida, já que duas filhas estão entregues a uma família de acolhimento (madrinha) e a mais velha reside com os avós.
«Agora (com as obras) eles (serviços sociais) já não têm por onde pegar», argumentou a mãe.
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Andreia Elisabete deixou finalmente de ser Joana. A aldeia de Cernadelo já está em festa, apesar de o arranque oficial das comemorações só estar marcado para as 17 horas.
Enquanto isso, dentro de casa, a menina estava assustada. As técnicas explicam que é normal: conheceu três casas diferentes no espaço de poucos dias.
Isaura mudou a fralda à menina e deu-lhe o almoço. Uma rotina de que não estará esquecida. Andreia tem seis irmãos, o mais pequeno com apenas quatro anos de vida e que não conteve a euforia pela chegada da irmã.
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