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Maddie: não assustem as crianças

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Caso da criança inglesa traz para os media realidades como rapto, pedofilia, homicídio e roubo para adopção. Especialistas explicam como os pais devem lidar com assunto e falar com os miúdos sem lhes causar ansiedade

O caso de Madeleine, a menina de quatro anos que desapareceu no Algarve, trouxe a lume alguns dos perigos que as crianças enfrentam. Há 15 dias que as crianças portuguesas (e não só) são confrontadas com notícias sobre este caso que remetem para realidades como homicídio, rapto, pedofilia e roubo para adopção.

Quintino Aires, pedopsiquiatra, explicou ao PortugalDiário que «o simples facto de a notícia ser divulgada não assusta as crianças, mas sim a forma como os adultos mais próximos lidam com este caso».

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O especialista explica que «as crianças até aos 6/7 anos têm uma aflição enorme com a hipótese de perder os adultos que as cuidam», por isso, «se os pais lhes mostrarem este caso como um exemplo, vão causar ansiedade e os miúdos podem até ter terrores nocturnos».

«Se perante este caso os pais ou os adultos mais próximos começarem a dizer às crianças: "Eu não te disse, o que pode acontecer"... é claro que as crianças vão ficar assustadas», revela o pedopsiquiatra.

Por isso, Quintino Aires considera que perante esta situação «os pais devem reforçar os cuidados, mas tranquilizando as crianças. Devem mostrar que aquilo aconteceu com aquela criança, mas não vai acontecer com eles».

O pedopsiquiatra afirma que «quem tem de cuidar das crianças são os pais (ou outros adultos) e não elas próprias. São eles que devem pensar se devem ir jantar e deixá-las sozinhas». Por isso considera que «passar essa preocupação para as crianças é dar-lhes uma responsabilidade que elas não são capazes de ter». O médico explica ainda que «não é pelo facto de se alertar uma criança que ela não vai com estranhos. Impedir que isso aconteça cabe aos pais».

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A mesma opinião tem Maria José Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria na Infância e Adolescência. No caso de crianças mais pequenas, «é importante que os pais saibam sempre onde elas estão e que elas saibam onde estão os pais, para se sentirem seguras». «A incerteza traz mais insegurança», adianta.

Preocupá-los muito pode causar-lhe angústia

«Preocupá-los muito pode causar-lhe angústia, medo da separação e muitas têm até medo de sair de casa e ir para a escola», explica a responsável.

No entanto, a médica considera que a partir dos sete anos, «os pais devem dizer às crianças quais os cuidados que devem ter. Que não devem falar nem aceitar coisas de estranhos, nem entrar em carros com pessoas que não conheçam».

Quintino Aires diz que «é normal que os miúdos falem deste assunto «porque não estão alheios às notícias». Já Maria José Gonçalves afirma que «é importante que as crianças não assistam a estas notícias sozinhas». «Os pais devem explicar-lhes a situação, não as alarmar, até porque Portugal não é um país com um risco muito grande de rapto».

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